O trabalho, a promoção e a conjectura

Imagem 0011 - kusudama verde aguaEm Dezembro do ano passado sai para procurar emprego, achei no dia seguinte e fui promovida com quatro meses de empresa. Fez bem pro ego. Estava trabalhando em uma multinacional do ramo de contact center, era Agente de Atendimento e depois virei Assistente de Backoffice. Para mim, é só um nome bonito para uma variável da mesma função. Atendia técnicos do PROCON, casos ANATEL, ouvidoria e alguns clientes. O Assistente de Backoffice é um atendente mais chique. Hahaha! Mas é sério, tem-se uma autoridade maior, pode-se usufruir da liberalidade e o nosso sistema é completo (era completo). Esse último item me irritava muito no SAC, sistema limitado, poucas opções de resolver o problema do consumidor.

O SAC é um problema sério, acredito que para qualquer empresa. Se o atendimento fosse como é na célula do Relações de Consumo, acho que não iria ser necessário nem ANATEL ou qualquer outro órgão regulador. Mas não sei qual é o custo disso. O salário de um atendente de SAC é a partir de seiscentos e alguma coisa. Não sei se é possível oferecer um atendimento de qualidade com um salário tão baixo. O treinamento teria que ser mais intensivo, a seleção infinitamente mais criteriosa, e a fiscalização ou monitoria rígida ao ponto de ficar no pé de uma pessoa que não tem o perfil, que é grossa e descortês com o cliente, mas concomitantemente humana conseguindo enxergar que o atendente não é um robô.

Entrar no quesito monitoria, fiscalização ou avaliação, dá pano pra manga, talvez será tema de um outro post… Repito inúmeras vezes que realmente não sei, sou leiga em administração interna, mas sei o superficial sobre o Capitalismo e o dinheiro que uma empresa tem de gerar. Gosto disso, gosto de dinheiro, sou capitalista e consumista sim, com limites, é claro (por mais que desejasse não tê-los, hahaha!). Acho que por isso da minha facilidade em pensar com uma visão macro. Não é só lucro, são também consequências que advêm de um atendimento realmente efetivo e VIP: segurança da informação, inclusão social, imunidade tributária e isenção de impostos, falta de mercado de trabalho… na verdade, digo de novo que não sei. Acredito que vou descobrindo aos poucos.

Eu queria crescer dentro daquela empresa. O local tinha mudado, era mais limpo, mais organizado, mais agradável. Acredito que isso é resultado das pessoas que também são de outro tipo (não todas), são mais educadas, mais prestativas, algumas até mais bonitas! Podia ter café na minha mesa (e olha que nem ligo pra isso), canetas, agenda, caderno, calculadora, régua, borracha…  E o salário? Diferença de R$455,00.

Mas aí em Agosto eu passei no vestibular, para Engenharia de Produção no IFSP São Paulo, e acabei saindo. Não aguentava mais aquele lugar. Tudo o que eu achava legal não tinha mais graça nenhuma, a pressão era enorme e o salário que era o grande diferencial no começo, não era compatível com o tanto de trabalho e stress que eu tinha. Como o namorado disse que dava conta de bancar tudo sozinho e que eu poderia largar o emprego, fiz e fiz com vontade. Acho que nunca mais trabalho em telemarketing, é pura ilusão que essas pessoas sorridentes são felizes com um headset na cabeça. E eu ainda preciso ir lá para dar baixa na minha carteira. Adoro procrastinar.